A bolsa brasileira caiu -0,67% na semana e o S&P 500 sofreu queda de -1,56%, com aversão ao risco tomando conta do mercado pelas incertezas sobre juros americanos e tensões geopolíticas. O dólar fechou com alta de 0,1%, cotado em R$ 5,12.

No Brasil, tivemos uma semana intensa de divulgações de dados econômicos. O grande destaque ficou por conta da inflação de março, que surpreendeu com uma variação abaixo do esperado, avançando 0,16% no mês. Com isso, o IPCA acumula alta de 3,93% nos últimos 12 meses e afasta os temores de uma reaceleração da inflação, mantendo o caminho aberto para o banco central manter o ciclo de flexibilização da política monetária, apesar de maiores incertezas no cenário internacional. Além disso, tivemos a divulgação do restante dos dados de atividade. O volume de vendas no varejo surpreendeu positivamente, registrando alta de 1%, segundo mês consecutivo de alta. Por outro lado, o volume de serviços veio pior que o esperado, com diminuição de 0,9%. Dado o desempenho negativo da produção industrial, antecipamos uma atividade menos aquecida em fevereiro, e projetamos uma queda de 0,14% no IBC-Br.

No âmbito internacional, as atenções estiveram voltadas para a divulgação de inflação de março da economia americana, que veio pior que o esperado, registrando alta de 0,4%. Com o resultado, a inflação americana acumula alta de 3,5% nos últimos 12 meses e dá sinais preocupantes de reaceleração, com as principais pressões vindo da inflação de serviços. Isso elevou a incerteza sobre os próximos passos da política monetária, uma vez que o FOMC tem dito que deseja ver bons resultados de inflação para terem maior confiança para iniciar o ciclo de cortes, o que ainda não ocorreu em 2024. Assim, as apostas sobre o início do ciclo de cortes são cada vez mais adiadas, com o mercado antecipando agora apenas 2 cortes de juros e com o primeiro corte podendo ocorrer apenas em setembro.

Na próxima semana, a agenda doméstica será tímida, com a divulgação do IGP-10 na quarta-feira e do IBC-Br, prévia do PIB calculado pelo Banco Central, na quinta-feira. No âmbito internacional, teremos a divulgação dos dados de varejo e produção industrial nos Estados Unidos, na segunda-feira e terça-feira, respectivamente, e das vendas de casas existentes na quinta-feira. Além disso, a China irá divulgar seus dados de atividade econômica na segunda-feira, com destaque para o PIB do primeiro trimestre de 2024.