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Market Strategy | Março 2024

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Gabriela Joubert

Publicado 05/mar

Março 2024

Mesmo com as correções na curva de juros lá fora, conforme o mercado reprecifica os cortes esperados para o ano pelo FED, as bolsas norte-americanas continuaram a subir, impulsionadas pelos números da temporada de balanços que, no geral, vieram acima do esperado, principalmente pelos resultados das Big Techs, com especial destaque à Nvidia. Aqui no Brasil, o cenário político ficou mais acalmado ao longo do mês e o feriado de Carnaval limitou um pouco da volatilidade na bolsa. Entretanto, na última quinzena falas de Lula sobre a Vale e sinalização de mudança de estratégia de dividendos na Petrobras trouxeram movimentações no índice, que também foi influenciado pelos números da temporada de balanços local.

Quanto ao cenário para investimentos, temos visto os mercados fortemente atrelados à curva de juros norte-americana e às expectativas com relação ao FED e o início de corte de juros, agora esperado para maio ou junho. A resiliência da economia norte-americana, as condições ainda apertadas no mercado de trabalho e a inflação que desacelera, mas se mantém ainda acima da meta, são catalisadores importantes para um cenário base de início da flexibilização da política monetária pelo FED apenas na metade do ano. Neste sentido, com o S&P 500 em nível recorde e na ausência de resultados corporativos com o fim da temporada de balanços, podemos ver alguma correção, visando ajuste ao patamar exigido pela curva de juros. Já para o longo prazo, ainda vemos juros mais baixos para o fim do ano, revertendo parte das pressões nos balanços das empresas e no cenário de crédito. Na alocação, importante equilibrar o portfólio, aproveitando as oportunidades ainda em vigor no curto prazo, como títulos e opções de vencimento mais curto e risco menor, mas também estar atento às opções de mais longo prazo, na eventual virada do ciclo.

No Brasil, seguimos forte na nossa alocação de proteção contra inflação, com os ativos indexados ao IPCA em destaque, seguido pela Renda Fixa pós-fixada. Quanto ao pré, vemos prêmios apertados considerando o cenário já precificado de cortes de juros pelo Bacen. Aliás, revisamos nossas projeções macroeconômicas e esperamos inflação levemente acima do projetado anteriormente, agora em 3,9% para o fim de 2024 (antes 3,7%), mas mantemos nossa expectativa de Selic terminal em 8,5%. No campo da atividade, o PIB deve ter crescimento moderado de 2%. Os números refletem um maior otimismo com o país, especialmente quando comparado a seus pares internacionais, tanto emergentes quanto desenvolvidos, apesar do risco fiscal seguir no radar.

A maior diferença no nosso cenário fica por conta de China, onde revisamos nossas expectativas e trazemos uma visão mais otimista com a bolsa no país e alguns selecionados setores da economia. Por fim, ressaltamos novamente a importância da diversificação não só pela classe de ativos, mas também o risco país e cambial. O ano começou agitado, mas as oportunidades estão aí.

Contem com a gente!

Gabriela Joubert, Estrategista-chefe


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